José Antonio González: “Quero que os jovens sejam ouvidos como nunca”

Como parte da turnê latino-americana de “Scholas Ciudadanías”, entrevistamos José Antonio González, prefeito do município de Mariño, na Venezuela, e participante do “Encontro Internacional de Cidades Ecoeducativas” organizado por Scholas e CAF.

A experiência em Porlamar no mês de setembro foi a primeira de Scholas no país latino-americano. O problema apontado pelos jovens venezuelanos durante a “Cidadania” foi a ausência de comprometimento dos representantes na educação dos filhos.

Entrevista

1) Como foi sua experiência durante as atividades com Scholas no Encontro de Roma? 

Foi muito positivo, nos deu a oportunidade de conhecer outras experiências de vida de prefeitos de outros países e trocar ideias com eles, sobre como melhorar o desenvolvimento de políticas públicas em nossos municípios. Também nos deu a oportunidade de sentir e reconhecer a dor dentro de nós e compartilhá-la com outros colegas prefeitos e governadores. Achei isso curativo e ao mesmo tempo representá-lo através da arte nos permitiu expressá-lo de uma forma libertadora e nos permitiu ver as coisas de outra perspectiva.

2) O que você sentiu quando conheceu o Papa?

Conhecer pessoalmente Sua Santidade foi uma sensação inexplicável e de muita paz. Quando você o ouve falar, ele transmite uma energia espiritual muito grande e linda. Foi muito enriquecedor para mim poder ouvi-lo pessoalmente e de grande aprendizado em cada uma de suas palavras sobre todos os temas que abordou.

3) Por que você acha que o Scholas pode ajudar na Venezuela?

Acredito que tudo que vem da mão de Deus dará frutos em qualquer lugar. No caso do meu país, estamos a viver uma perda significativa de valores na nossa sociedade por muitas razões e estes programas de liderança e cidadania que estamos a iniciar irão sensibilizar os nossos jovens e assim transformar a sua dor em soluções reais. .

4) Como você vê a educação atual no mundo?

Vejo a educação no mundo como ávida por princípios e valores que sejam a base para a construção de um país. Estou convencido de que os problemas e a dor enfrentados pelos jovens em todo o mundo se repetem em diferentes países, apesar das suas diferenças culturais, crenças e condições socioeconómicas.

5) O que você gostaria de mudar no mundo?

A pobreza espiritual e material da sociedade, a falta de empatia com os outros e, sobretudo, o abuso de crianças e jovens.

6) O que te machuca?

A impotência de não ter controle para resolver tantas aberrações que ocorrem no mundo.

7)Qual é a sua paixão?

Servir aos outros

8) Quais são as suas expectativas com a experiência em Porlamar?

Uma abertura de consciência nos nossos jovens do Concelho que vieram transformar-se nesta experiência e que possam ser ouvidos como nunca na resolução das suas dores e que sejam parte fundamental dessa mudança e dessa solução.

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Agradecemos a José Antonio González por compartilhar conosco suas reflexões e experiências.